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VIPER DAY
VIPER / SKYSCRAPER
Manifesto Bar – São Paulo (SP)
08 de abril de 2017
Por Leandro Nogueira Coppi / Fotos: Alex Minconi e Humberto MoraisO dia 8 de abril não é uma data qualquer na história do Viper e, consequentemente, nem na do Heavy Metal brasileiro. Afinal, foi nesse dia em questão que há 32 anos esse lendário grupo paulistano, que na época era formado pelos adolescentes Andre Matos (vocal), Felipe Machado (guitarra), Cássio Audi (bateria) e os irmãos Passarell, Pit (baixo) e Yves (guitarra), fazia a sua estreia, em show realizado no extinto Teatro Lira Paulistana. Naqueles tempos, esses garotos eram chamados de “Menudos do Metal”, devido a pouca idade de cada um. Nos últimos anos, a banda passou a celebrar esse dia histórico junto aos seus fãs, no evento chamado “Viper Day”, que, obviamente, acontece sempre nessa mesma data.Eventos assim são muito bacanas para as pessoas confraternizarem trocando figurinhas falando sobre shows e histórias do passado, tirarem fotos com os músicos, levarem seus itens de coleção para serem autografados e verem ex-integrantes e pessoas que de alguma forma fizeram parte da trajetória da banda. E foi exatamente isso o que aconteceu dessa vez no Manifesto Bar, que abriu espaço para a realização da terceira edição do “Viper Day”, que esse ano priorizou celebrar os 25 anos do lançamento do aclamado e bem sucedido terceiro álbum do Viper, “Evolution”. Os fãs do grupo não decepcionaram e comparecem em peso ao evento.

Skyscraper, banda paulistana de Power Metal bastante conhecida dos anos 90 e que há vinte anos andava afastada dos palcos, foi convidada para a abertura do show do Viper. Pontualmente a meia-noite, após introdução mecânica, Ivan Martins (vocal), Marcos “Naza” (ex-Twilight) e Flávio Souza Jr. (guitarras), Eduga Gioielli (baixo) e Fábio Elsas (bateria, ex-Henceforth, Wardeath e Firebox) iniciaram com a melódica “Happier Than I Am”, do ‘debut’ “T.V.lization” (2003). O riff pesado e o andamento cadenciado inicial que vieram a seguir revelaram outra do mesmo: “Great Dead Singer”.

Felizes com o retorno definitivo do Skyscraper, os fãs cantavam cada música. Mas todos vibraram mesmo quando Martins revelou que a banda está gravando seu segundo álbum – o qual Naza revelou à ROADIE CREW que se chamará “Drumma” – e que a próxima música a ser tocada, “From Above”, era uma das novas. O que deu para perceber através dessa é que apesar do longo tempo que ficou parado o Skyscraper não se distanciou de suas raízes sonoras.

Esse último 8 de abril foi realmente especial, pois, assim como o Viper, foi nessa data que, coincidentemente, o Skyscraper também realizou o seu primeiro show, conforme contou Martins após a execução de “Vulture”. Novo na banda, o vocalista brincou ao dizer que em 1990 ele nem era nascido. Após o cover do Helloween para “Little Time”, foi a vez de outra nova, a contagiante “The Truth”, que mostrou certa similaridade com o Queensrÿche. Ao final dessa, Naza pediu a palavra e ressaltou que o Skyscraper estava comemorando vinte e sete anos de sua estreia em um palco. Ele comentou que naquele primeiro show os irmãos Passarell estavam na plateia – no dia, Pit subiu para cantar “Prelude to Oblivion” (Viper) com o Skyscraper. Emocionado, o guitarrista também falou que o Viper sempre ajudou o Skyscraper e que novamente estava dando uma força, abrindo espaço para a sua banda fazer esse primeiro show da volta. Após agradecer os atuais e os antigos membros do Viper e ouvir o público gritar o nome do Skyscraper, Naza informou que a próxima música do set, “Captain Frog”, do EP “Live” (1994), foi feita em parceria com Val Santos, que passou diversas vezes pelo Viper, tocando vários instrumentos.

Antes da última, Naza contou que na turnê de “Theatre of Fate” (1989) o Viper estava tocando uma música chamada “Crime” (que só foi gravada no EP “Vipera Sapiens”, de 1993), que era o ponto alto do set. Como ele não podia gravá-la, já que ainda não existiam celulares no Brasil, voltou para casa cantando-a por todo o caminho de volta do show que viu a banda fazer no lendário Teatro Mambembe. Assim, plagiando o Viper intencionalmente, Naza compôs sua primeira música, “Hero”, que foi gravada na primeira demo do Skyscraper, datada de 1990. E foi com ela que o grupo encerrou sua apresentação no “Viper Day”, sendo bastante aplaudido, enquanto o tema da saga “Star Wars” rolava nas caixas de som. Marcos Naza comentou com a ROADIE CREW sobre a oportunidade de tocar no evento: “O convite do Felipe Machado foi a motivação de que precisávamos pra voltar a fazer shows depois de 20 anos sem pisar nos palcos”. E ele comemorou: “Foi uma grande honra e uma alegria rever os amigos e participar dessa festa.”

Dez minutos após o Skyscraper deixar o palco, o telão do Manifesto Bar passou um vídeo de meia hora em que, a pedido do Viper em sua página oficial do Facebook, fãs, músicos e amigos da banda comentaram a importância de “Evolution” em suas vidas. O álbum foi gravado na Alemanha e teve lançamento mundial. Impulsionado pelos clipes das músicas “Evolution”, “Rebel Maniac” e “Dead Light”, que na época figuravam na programação da MTV brasileira, por shows de grande porte no Brasil, como o da abertura para o Metallica em 1993 e o da primeira edição do festival “Monsters Of Rock” em 1994, e por turnês realizadas na Europa e no Japão, “Evolution” acabou se tornando o álbum mais vendido do Viper até hoje. O sucesso foi tanto que o show realizado em 18 de junho de 1993 no Club Cittá de Kawasaki foi registrado no disco “Live Maniacs In Japan”. Com esse material o Viper entrou para a história por ter sido a primeira banda brasileira a gravar um disco ao vivo no Japão.

Assim que acabou o vídeo dos depoimentos, Beto Peninha, o lendário Capitão de Aço, que apresentava o programa Sessão Rocambole na famosa e extinta 97 FM, a primeira emissora de rádio paulista, mas que se auto-intitulava como sendo “a primeira rádio rock do país”, subiu ao palco e fez as honrarias para o aguardado show do Viper. A banda entrou tocando “Coming from the Inside”, justamente a música que abre “Evolution”. Da formação que o gravou, apenas Felipe Machado, que trajava uma regata com a imagem de uma das caveiras ciclistas da capa do disco, estava no palco, sendo acompanhado pelos integrantes atuais, Hugo Mariutti (guitarra) e Guilherme Martin (bateria), e também pelo baixista Roberto Gutierrez (Hollowmind) – que participou do seu álbum, “FM Solo” (2015) – e pelo tarimbado vocalista Leandro Caçoilo (Hardshine, Seventh Seal, ex-Eterna e várias outras), que substituía Andre Matos, que estava fora do país. O clima era de festa, tanto que Pit Passarell, que assumiu o vocal principal da banda no disco “Evolution”, não aguentou esperar e antecipou sua entrada no decorrer da música de abertura, agitando e participando dos backing vocals. A partir daí, ele ficou com o microfone em “Dance of Madness” e na própria “Evolution” e o devolveu para Caçoilo em de “The Shelter”.

Como foi divulgado previamente, diversos músicos participariam do show do Viper. Porém, outro que não pôde estar presente foi o ex-guitarrista Yves Passarell, que estava tocando com o Capital Inicial em outra cidade. Mas ele deixou sua mensagem no vídeo mostrado antes do show. Dos que compareceram, os primeiros a serem chamados ao palco foram o irmão de Felipe, o baixista Nando Machado (ToyShop, Exhort), e o saudado baterista Renato Graccia, que fez sua estreia na banda em estúdio exatamente em “Evolution”, no qual teve uma performance avassaladora. Ambos participaram em “Dead Light”. Ao final dessa, Graccia se despediu e passou o posto para Sérgio Facci (V Project, Volkana, Vulcano e Vodu), que sentou o braço em “To Live Again”, do único álbum que gravou com o Viper, “Theatre of Fate” (1989).

Para cantar a balada “The Spreading Soul”, Pit – que não tocou baixo no show – chamou ao palco a vocalista do ToyShop e esposa de Martin, Natacha Cersosimo, e a fã e aniversariante da semana, Julia Hardy, que gravou depoimento no vídeo, dizendo que essa é a sua música favorita da banda e que seu pai a proibia de ouvir heavy metal, tendo chegado ao ponto de quebrar seu vinil de “Evolution”. Na sequência, o Viper que era o homenageado da noite, resolveu também prestar homenagem a outras duas lendárias bandas nacionais: A Chave do Sol e Centúrias. Para a primeira contou com a presença do guitarrista Rubens Gioia em “Luz” e “Um Minuto Além” e para a segunda com o baterista Paulão Thomas (Kamboja, ex-Centúrias, Baranga, Firebox, Korzus, Proposital Noise, Cheap Tequila, Patrulha do Espaço, Harppia etc) em “Portas Negras”. O também experiente André Gois do Vodu mandou bem cantando as duas últimas músicas mencionadas.

Além das histórias que iam sendo contadas pelos músicos, era legal observar no telão imagens de shows, de clipes e das capas dos álbuns do Viper e também das bandas de alguns dos convidados. Uma das músicas mais aguardadas era “Rebel Maniac” e foi com esse hit que Passarell, Machado, Mariutti, Gutierrez e Martin incendiaram o Manifesto Bar e encerraram a primeira parte do show, que foi dividido em duas partes. Assim que todos deixaram o palco, o telão exibiu o vídeo ao vivo de “Living for the Night” cantada por Ricardo Bocci (Rei Lagarto), que gravou apenas o último álbum de estúdio do Viper, “All my Life”, que em 2017 completa 10 anos de seu lançamento – ele também não esteve presente no evento.

E se o primeiro ato do show foi dedicado à “Evolution”, o segundo foi para os demais álbuns da banda – exceto o próprio “All my Life”. Assim sendo, vinte minutos depois o Viper retornou ao palco com Caçoilo novamente fazendo bonito nos vocais principais e Pit nos de apoio, e reiniciou seu set com “Knights of Destruction”, de seu clássico ‘debut’, “Soldiers Of Sunrise” (1987). O grupo seguiu tocando diversos hinos de sua carreira e convidando outros músicos. Para “Nightmares”, Felipe convocou um amigo de infância da banda, o ex-guitarrista do Chakal, Eduardo “Paulista” Simões, que gravou o terceiro álbum do grupo mineiro, “Death is a Lonely Business” (1993). Já em “Wings of the Evil” foi a vez de Naza. O guitarrista comentou depois com a ROADIE CREW sob essa ‘jam session’: “Subir no palco e tocar ‘Wings of the Evil’ com o Viper, assim como fizemos com o Andre Matos no nascimento do Skyscraper em 1988, quando tocamos apenas essa música em um festival do colégio onde estudamos, foi um presente muito especial pra mim.”

Entre várias que também foram tocadas estavam “Coma Rage” e “8 de Abril”, dos controversos “Coma Rage” (1995) e “Tem pra todo Mundo” (1996), respectivamente. Com imagens do Queen no telão tocando na primeira edição do “Rock In Rio” em 1985, o Viper mandou o cover de “We Will Rock You”, que encerra “Evolution”. Assim, as únicas do álbum que ficaram de fora foram “Still the Same”, “Pictures of Hate” e “Wasted”. O grupo também tocou a imbatível “Living for the Night”, que venceu a barreira do tempo, já que mesmo após várias décadas ainda é cantada em uníssono pelo público. Ao final dessa, houve uma tentativa frustrada de a banda tocar as não ensaiadas “Black Magic” (Slayer), “Wrathchild” (Iron Maiden) e “Master of Puppets” (Metallica). Mas os músicos conseguiram levar o hino da donzela de ferro, “The Number of the Beast” – que não estava programado – até o final. Depois disso, encerraram a noite, perto das quatro da matina, com “H.R.”, de “Soldiers of Sunrise”, com Val Santos assumindo a bateria no decorrer da música para que Guilherme Martin pudesse sair de cena com um stage diving.

Felipe Machado comentou com a ROADIE CREW sobre essa noite memorável: “Foi uma comemoração muito legal porque o ‘Viper Day’ sempre tem um tema. O primeiro, em 2015, foi o ‘To Lira Again’, quando tocamos o repertório do primeiro show de 08 de abril de 1985 na íntegra, na mesma ordem, exatamente como tocamos no Lira Paulistana. No ano passado, o ‘Viper Day’ teve como tema os projetos paralelos, então teve show do ToyShop, do Guilherme Martin e do Val Santos, o FMS, que é meu projeto solo, e o Pit, tocando as composições dele”, explicou. “Este ano foi bacana porque fizemos a homenagem aos 25 anos do ‘Evolution’ e pudemos homenagear músicos que nos influenciaram, como Rubens Gioia, da A Chave do Sol, e Paulo Thomaz, ex-Centúrias”, afirmou. “O ‘Viper Day’ é uma homenagem à carreira do Viper, mas também uma forma de homenagear quem esteve conosco durante toda nossa carreira”, concluiu.

Quem compareceu a essa terceira edição do “Viper Day” saiu emocionado com o que viu e feliz por ter curtido um show tão longo do Viper, com várias músicas que há tempos não eram tocadas ao vivo. Além disso, por rememorar histórias relacionadas a “Evolution”, um álbum importante na história do heavy metal brasileiro, já que levou o nome do país para várias partes do mundo. O próprio Naza, que é amigo pessoal da banda, relembrou fatos marcantes entre ele e alguns dos integrantes do Viper: “O Pit foi a maior referência que eu já tive no metal, o compositor do estilo que eu mais admirava. Fui aluno do Yves antes de eles lançarem o primeiro disco. Foi ele quem me ensinou a tocar Iron Maiden, Judas Priest, Manowar e, principalmente, Viper. O Felipe usou minha guitarra no show de lançamento do ‘Soldiers…’, em que o teatro quase pegou fogo. Eu estava lá”, relembrou, referindo-se ao já tão comentando episódio ocorrido no teatro do Colégio Rio Branco, em 28 de agosto de 1987. “Não haveria Skyscraper se não fosse pelo Viper”, enfatizou.

Quanto às comemorações para “Evolution”, elas não param por aqui, já que a gravadora Wikimetal anunciou, ainda para o primeiro semestre de 2017, o lançamento de uma edição remasterizada do álbum, contendo as demos da pré-produção, em que as versões de algumas das músicas são diferentes do que as que conhecemos no disco.

VIPER – Setlist 1:
Coming from the Inside
Dance of Madness
Evolution
The Shelter
Dead Light
To Live Again
The Spreading Soul
Luz (Cover de A Chave do Sol)
Um Minuto Além (Cover de A Chave do Sol)
Portas Negras (Cover do Centúrias)
Rebel Maniac

Setlist 2:
Knights of Destruction
A Cry from the Edge
Nightmares
Wings of the Evil
Coma Rage
8 de Abril
Prelude to Oblivion
We Will Rock You (Cover do Queen)
Living for the Night
The Number of the Beast (Cover do Iron Maiden)
H.R.

SKYSCRAPER – Setlist:
Happier Than I Am
Great Dead Singer
From Above
Vulture
Little Time
The Truth
Captain Frog
Hero









Viper Day: Uma celebração do clássico “Evolution”

Resenha – Viper Day (Manifesto Bar, São Paulo, 08/04/2017)

Viper tem uma “mania” que realmente deveria ser imitada por outras bandas: uma vez por ano comemoram o aniversário do seu primeiro show, nesse caso no dia 08 de abril, em função de um show nos anos 80 no Lira Paulistana nesta data. Embora a banda suba no palco e toque dois set lists, não se trata de um show, mas de uma festa na qual a formação da banda muda praticamente a cada música. E tema desta festa neste ano foi comemorar os 25 anos do grande disco Evolution.

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É claro que é impossível reunir todos que já passaram quase 35 anos de banda. André Matos, por exemplo, não pode comparecer por estar fora do país. Yves Passarell estava em outra cidade, tocando com o Capital Inicial. Mesmo assim foram mais de 20 músicos celebrando a obra. A abertura ficou a cargo da banda Skyscraper. Abriram com a excelente Happier Than I Am, com um refrão que fez todo o manifesto cantar junto (você pode conferir essa música abaixo). Seguiram tocando músicas próprias e um excelente cover para A Little Time do Helloween.

Skyscraper foi excelente escolha em função da sua qualidade e forte influência do Viper. O guitarrista Marcos Nazareth chegou a comentar no microfone que uma das músicas da banda era uma tentativa de criar algo tão genial como a música Crime do Viper. Recomendo que procurem a banda!

Após o Skyscraper chegou a hora do Viper.

Como introdução, foi projetado no telão da casa o depoimento de fãs e músicos, comentando sobre a sua admiração pela banda e contando histórias ligadas ao disco Evolution. Um depoimento chamou a atenção: Julia Hardy comentou às lágrimas que o pai, que a proibia de ouvir heavy metal, quebrou o seu vinil do Evolution, impedindo que ela ouvisse a sua música preferida: The Spreading Soul. Como o seu aniversário era naquela semana, ela iria comemorar ouvindo aquele CD ao vivo.

 

 

Após o vídeo o radialista Beto Peninha entra no palco e apresentou a banda. Comentou que tocou a primeira demo da banda no rádio nos anos 80 e que muitos ouvintes ligaram perguntando se realmente era uma banda brasileira. Sim… Era uma banda brasileira e de meninos de 14 a 18 anos! Mas o talento já estava lá.

A banda entra no palco com Coming From The Inside, que abre o Evolution, com o que seria a primeira de muitas formações do dia: Leandro Caçoilo (voz), Felipe Machado e Hugo Mariutti (guitarra), Rob Gutierrez (baixo) e Guilherme Martin (bateria). Havia um clima realmente amistoso no local. Os músicos estavam se divertindo e realmente gostam de tocar juntos. Tudo sem vaidade ou formalismo. Pit Passarell, que só deveria entrar no palco na segunda música entra no palco começa a fazer backings na música.

 

 

Na sequência tocaram Dance of Madness, Evolution e The Shelter, todas do Evolution, com Pit dividindo os vocais com Leandro. O baterista Renato Graccia, que gravou o Evolution, assumiu as baquetas para executarem Dead Light, que como muitas do CD, teve ampla execução na MTV na época. Interessante ver o clipe da música no telão e reparar como todos mudaram.

Todos sabem que Pit Passarell é um dos melhores compositores do Brasil, que escreveu a maioria das músicas do Viper e hits de várias outras bandas, como por exemplo, Capital Inicial (O Mundo, Depois da Meia Noite e várias outras). Pit é um gênio que sabe como poucos compor canções em vários estilos diferentes! Mas a dobradinha The Shelter, composta por Felipe Machado e Dead Light, composta por Yves Passarell, hoje no Capital Inicial, lembrou que Pit não era o único bom compositor da banda.

Os próximos convidados foram Sergio Facci, baterista do Vodu e Nando Machado, do Toyshop e Exhort. Tendo gravado o CD Theatre of Fate, foi natural que Facci tocasse uma música desse disco, e a escolhida foi To Live Again, que contou com uma performance inspirada de Leandro Caiçolo. O vocalista tem uma agressividade natural na voz, que em alguns momentos lembra Savatage, mas nessa música ele soou como uma mistura de André Matos com Bruce Dickinson, dois monstros. Uma interpretação realmente marcante (clique no vídeo abaixo e adiante para 2min).

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A próxima música, The Spreading Soul seria originalmente cantada pelo Pit, mas ele chamou duas convidadas ao palco. A primeira, Natacha Cersosimo, competente vocalista do Toyshop e já cantou essa música em outros shows do Viper. A sua voz combina com a música e acaba trazendo um novo clima, afinal, o Viper teve vários vocalistas, mas em nenhum dos seus CDs há uma voz feminina. A segunda convidada foi a aniversariante da semana, Julia Hardy, que no vídeo de abertura comentou que teve o seu vinil do Evolution quebrado. Visivelmente emocionada, ela pode ouvir a sua música preferida no palco e ainda cantar algumas estrofes com a banda.

 

 

Fechando o primeiro bloco o Viper homenageou os primórdios do metal nacional, bandas que os influenciaram. Rubens Góia, da Chave do Sol, executou com Felipe, Rob e Guilherme a música Luz, da sua antiga banda. Na sequência tocaram o clássico Um Minuto Além, também da Chave do Sol, dessa vez com uma poderosa interpretação de André Góis do Vodu. Impressionante como a bela canção continua com uma letra atual mesmo 35 anos após a sua primeira execução.

Ainda com Góis no vocal Felipe Machado chamou o baterista Paulão (Kamboja e ex-Centurias) para tocar Portas Negras, gravado pelo Centurias em um dos primeiros discos de heavy metal do Brasil: SP Metal Vol I, lançado pela Baratos & Afins em 1984.

Leandro, Pit, Felipe, Hugo, Rob e Guilherme fecharam o primeiro bloco com o clássico absoluto Rebel Maniac, com seu refrão que levantou o Manifesto. Nessa música o guitarrista Valdério, do Toyshop, invadiu o palco para contribuir com backings.

 

 

No intervalo era comum ouvir pessoas comentando como a banda estava afiada e como o clima estava bom. Foi uma festa na qual todos se divertiam, dentro e fora do palco, sem vaidade e sem competição. Uma celebração do disco Evolution, do Viper e de tantas outras bandas que fizeram história no rock brasileiro.

No segundo bloco a banda executou mais Knights of Destrution, A Cry From the Edge, Nightmares, Wings of the Evil, Coma Rage, 8 de Abril, Prelude to Oblivion, We Will Rock You, Living For The Night, The Number of the Beast e HR.

Para quem não sabe, o Pit Passarell possui um CD solo que ainda não foi lançado, “Pit Passarell and the Lucratives”, e tive o prazer de ser convidado pelo músico para gravar as guitarras desse CD. Você pode conferir algumas das músicas desse CD no Youtube, a última com solo de Yves Passarell:

Em função de ter sido um dos Lucratives tive a honra de ser convidado para subir no palco e tocar Nightmares com a banda. Fui anunciado como ex-guitarrista do Chakal, banda com quem gravei alguns Cds nos anos 90. O guitarrista Marcos Klein, virtuose que hoje toca no Ultraje a Rigor, também tocaria nessa música, mas não pode comparecer por problemas familiares.

 

 

Um ponto interessante foi a interpretação do Pit Passarell na música 8 de abril, deixando a impressão de que a letra realmente tem algum sentido especial para ele. Além de ter no título, obviamente, uma menção ao surgimento da banda.

cover de The Number of The Beast não estava originalmente no set list, mas antes da música HR alguém falou em tom de brincadeira que seria tocada um clássico dos anos 80. Hugo Mariutti começou a tocar riffs de músicas como Seek and Destroy e, ao tocar o rifff inicial de The Number of The Beast Leandro começou a cantar e, de improviso, a música foi tocada com o carismático Pit Passarell invadindo o palco para andar como se fosse o Eddie. Espere o inesperado…

Nesse momento ficou claro como o Hugo foi uma boa escolha. Com fisionomia tranquila e visivelmente se divertindo, ele reproduz com competência e precisão as linhas de guitarra do antecessor, Yves Passarell. Isso é sempre importante em uma banda de heavy metal, na qual os fãs conhecem não apenas as letras, mas também os solos. Quem não conhece com detalhes a carreira do músico procure a versão do Shaman para Painkiller, na qual ele reproduz com facilidade as duas guitarras da música.

Fechando a noite HR com Valdério do excelente Toyshop e que gravou o CD All My Life do Viper, assumindo as baquetas.

Depois do show os músicos atenderam o público. Hugo era informalmente entrevistado respondendo sobre os próximos passos do seu trabalho com o André Matos, Felipe autografava o seu CD solo, FM, Guilherme autografava o CD do Toyshop, Pit tirava fotos com os fãs e todos autografavam vinis e CDs do Viper.

Uma grande festa comemorando os 25 anos do Excelente Evolution! Que venham mais comemorações!

Texto: Eduardo Paulista Simões
Fotos: Dener Ariani









VIPER DAY é uma data que já faz parte do calendário do rock brasileiro. O dia 8 de abril remete ao primeiro show da banda no Lira Paulistana, em 1985. Todo ano, membros atuais e ex-integrantes se reúnem para celebrar o repertório de uma das maiores bandas da história do rock pesado do país. Este ano, a homenagem será ao álbum ‘Evolution’, que completa 25 anos este ano.

Com a ausência do vocalista Andre Matos, que estará no exterior, o convidado para os vocais será o ex-Eterna Leandro Caçoilo. Conhecido do público brasileiro por participações elogiadas em diversos projetos, Leandro vai dividir os vocais com o baixista Pit Passarell, vocalista original do álbum ‘Evolution’, além de lendas do metal brasileiro. Completam o VIPER os guitarristas Felipe Machado e Hugo Mariutti, e o baterista Guilherme Martin.

Gravado na Alemanha e lançado em todo o mundo em 1992, ‘Evolution’ é o disco mais vendido da história do VIPER. Clássicos como ‘Rebel Maniac’, ‘Dead Light’ e ‘Evolution’ marcaram os anos 1990 com turnês da banda pela Europa e Japão, além de apresentações históricas no Brasil, como a abertura do show do Metallica em São Paulo. Como parte das comemorações, uma edição remasterizada do CD será relançada ainda este ano pela gravadora Wikimetal Music com bônus muito especiais: as demos da pré-produção de ‘Evolution’, que trazem versões bastante surpreendentes de algumas canções que depois ganharam as paradas no Brasil e no Japão. O disco estará à venda no segundo semestre de 2017.

A abertura da noite ficará a cargo da banda Skyscraper, outro nome bastante conhecido do rock pesado brasileiro nos anos 1990 que está de volta à ativa.