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Resenha do site whiplash feita por Durr Campos!!


Após os elogiados “Premonition” (2001) e Days of Insanity (2007), eis que finalmente a banda SEVENTH SEAL solta no mercado “Mechanical Souls”, sua mais nova investida em estúdio. Marcando a estreia de Leandro Caçoilo (Soulspell, ex-Eterna) nos vocais a bolachinha, lançada nacionalmente pela Shinigami Records, contou com a produção do guitarrista Thiago Oliveira, além da mixagem e masterização certeiras de Brendan Duffey e Adriano Dagga no Studio Norcal em São Paulo capital.

Nota: 9 

 

 

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Além da belíssima capa, obra dos artistas Giovanny Gava e Daniel Gava, “Mechanical Souls” traz o melhor som dentre os discos e um conceito inspirado no filme “Blade Runner: O Caçador de Andróides” e, por consequência, no livro “Do Androids Dream of Electric Sheep?” do brilhante Philip K Dick, o qual deu origem ao supracitado filme. Atualíssimo, ambos – livro e filme – versam sobre o controle populacional por parte de grandes empresas, bem como acerca de um mundo devastado pela sujeira, violência e paranoia coletiva. Ou seja, prato cheio se estiver nas mãos certas. Pois está!

 

O Seventh Seal não só criou letras sensacionais como as musicou de forma muito inspirada. O início com a cativante “Beyond the Sun” prova isso. Quem vem acompanhando as novidades do grupo já a conhecem, pois trata-se do primeiro single do trabalho. O instrumental é complexo, mas sem abrir mão do peso. Os vocais de Caçoilo, nítido apreciador da escola Ronnie James Dio, abrilhanta a faixa e abre alas para “Back to the Game”, que se não é melhor que a que a antecede, chega bem perto. Fico a imaginar esta ao vivo devido o ‘punch’ e bom gosto nos solos de guitarra. Coisa fina.

A veloz “Souless Reality” é outra que não abre mão do peso. A rifferama de Tiago Claro e Thiago Oliveira combinou perfeitamente com as harmonias vocais, aqui mais agressivas do que estamos acostumados quando escutamos os outros trabalhos de Caçoilo. Grata surpresa e ótima para nos preparar a um momento mais, digamos, introspectivo no disco. Falo de “Sleepless”, uma linda canção influenciada pelo hard rock dos anos 90 – eu diria que temos ali algo entre Harem Scarem e Bad Habit – mas com toques de rock progressivo. Conseguiu situar-se na coisa? E se eu disser que há até influência flamenca e orquestração? Pronto, temos nela uma das mais bem acabadas de todo o track-listing em “Mechanical Souls”. Confesso tê-la colocado no repeat. Talvez por conta disso eu não tenha me empolgado tanto com “Imprint Memories”, mas não pense que ela está aquém das demais, apenas com a ingrata função de suceder uma candidata a clássico.

Daí vem a que batiza o álbum e o nível vai às alturas, em especial pelo esmero nas guitarras. Os duetos são impecáveis, mas a cozinha está lá, gerando um peso fora do comum. Os “culpados” por isso, isto é, Roberto Moratti e Victorio Prospero, baterista e baixista, respectivamente, não só nessa fizeram seu dever de casa. A dupla está impossível em todo o “Mechanical Souls”. Tive a oportunidade de vê-los ao vivo abrindo para o ORPHANED LAND no final de maio deste ano e tive a certeza que dali viria coisa boa. Naquela feita estava menos familiarizado com a proposta dos caras, até porque fazia seis anos desde que ouvi algo deles, mas depois comecei a acompanhar os studio reports que soltaram na Internet e notei que haveria algumas mudanças consideráveis, mas para melhor. Em tempo, relembrem aquela noite no Hangar 110 clicando no link abaixo.

 

Uma das minha favoritas, no entanto, é “Virtual Ego”. Eu diria que esta sintetiza o que o Forbidden, por exemplo, tentou fazer em seu derradeiro lançamento, “Omega Wave” (2010) e não obteve tanto êxito. Sou grande apreciador dos dois primeiros registros de estúdio do quinteto de São Francisco/Califórnia, não me leve a mal, porém precisei fazer esta pequena comparação para situar o caro leitor na situação que, pasmem!, ainda traz novamente algo de hard rock ao contexto. Pulei algumas, mas não poderia deixar de mencionar a que fecha a conta e passa régua: “Dark Chant”. Olha, se até aqui não houve interesse de sua parte em ouvir “Mechanical Souls”, seja por não curtir o estilo ou pela ligação de Leandro Caçoilo com o white metal – para ficarmos nos mais, talvez, óbvios motivos em se tratando de rejeição, rogo a quem esteja lendo estas linhas que comecem por esta. Há algumas bandas de black metal que não conseguem tamanha “perversidade” como aqui. Parece exagero? Pois escute e retorne para comentarmos. Disco classudo e candidato a um dos melhores do ano!

Seventh Seal – Mechanical Souls
Shinigami Records – 2013 – Brasil

Line-up
Leandro Caçoilo – vocais
Tiago Claro – guitarra
Thiago Oliveira – guitarra
Victorio Prospero – baixo
Roberto Moratti – bateria

Fonte: Resenha – Mechanical Souls – Seventh Seal http://whiplash.net/materias/cds/191133-seventhseal.html#ixzz2jD6LZPqo